Sobre ética e assédio moral:  A postura gerencial

Natália Russo*

A empresa está orientando que gerentes votem nas assembleias

O sindicato não tem como impedir que gerentes votem, afinal também são empregados. No entanto, podemos chamar à reflexão sobre ética. O que está sendo feito não é esclarecimento. É assédio moral coletivo. É tentativa de intimidação.

A assembleia é um exercício de livre pensamento. Se você assina um acordo, casa ou assina um contrato qualquer sob grave ameaça, há a possibilidade de anulação  por vício de consentimento. Cada um deve fazer aquilo que sua consciência determina. O exercício do voto de um gerente carece de ética por que se ele não é livre para votar contra a empresa, ele também não é livre para votar a favor.

Seu voto não tem legitimidade por que não é fruto do exercício  democrático de opinião e sim de uma ordem da empresa. Logo após o RVE ser distribuído com valores vultosos para gestores, a empresa os chama a defender sua proposta indecorosa que retira direitos e reduz salário da força de trabalho.

Se acham o ACT tão importante por que não participaram nas outras assembleias, por que não abonaram antes? Isso são provas de que essa participação gerencial não é ética, decorre de uma política institucional de assédio moral.

Aqueles que coadunam com essa prática podem achar que estão ancorados dizendo que só executam ordens, mas ninguém precisa ser assediador, nem executar aquilo que não é ético. Se assim fizerem, serão responsabilizados individualmente por não ter nenhum “profissionalismo”, que seria buscar  em primeiro lugar, servir ao nosso maior acionista que é o Estado, o povo, e não um presidente de plantão que destrói a ambiência, desvaloriza os empregados, sabota a nós mesmos com a venda da BR e refinarias, e agora, prepara a privatização reduzindo o passivo e fazendo questão de fechar esse acordo para que nada atrapalhe seus planos obscuros.

Nosso chamado é: Participe da assembleia, mostre que não seremos cordeiros caminhando para o abatedouro, não aceitaremos assédio. Nossa resposta será um retumbante não a essa proposta e ao método utilizado. Nossa maior segurança é a união. Vamos juntos!

*Natália Russo – Sindipetro-RJ e FNP

#ResistênciaPetroleira

 

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