Sindicato denuncia perseguições contra a organização dos trabalhadores na petrobrás

CARTA ABERTA – SINDICATO DOS PETROLEIROS DO RIO DE JANEIRO – SINDIPETRO-RJ

O ataque ao direito de liberdade de associação, liberdade sindical e livre expressão cerceia o mecanismo fundamental de resistência contra os desmandos das corporações e do Estado.

O Sindipetro-RJ vem a público para denunciar e repudiar uma série de medidas tomadas pela direção da Petrobrás a partir de seu braço de RH, Claudio Costa, que se apresentam condizentes com os planos de privatização e subserviência a interesses do capital internacional. Contra os interesses da Petrobrás e do país. Os fatos novos, que relatamos abaixo, põem em curso a promessa eleitoral de tentar acabar com “toda forma de ativismo”.

Ainda em 2018, na gestão Parente/Monteiro/Temer, quando combatemos uma reformulação do plano de cargos e remuneração, que deteriorava nossa carreira e continha aspectos, no mínimo, duvidosos, o RH perseguiu a dirigente sindical Moara Zanetti por a mesma, com informações de domínio amplo na Petrobrás, ter debatido criticamente com a categoria cada um dos aspectos que envolviam tal adesão. Alegavam, injustificadamente, conflito de interesses, e ameaçavam represálias das quais recuaram à época.

Agora, em fevereiro de 2019, com Castello Branco/Bolsonaro, temos uma perseguição direta de mais duas diretoras: Carla Marinho e Patrícia Laier. Ambas foram comunicadas da destituição de suas funções de consultoria que já exerciam há anos, antes de atuarem no sindicato. Além disso, em 2018 passaram no processo de revalidação da própria empresa para a função de consultoria, sendo amplamente reconhecidas pela competência e dedicação.

Para piorar, houve comunicado do impedimento contra o Sindipetro-RJ na realização da campanha de sindicalização, mostras e palestras pelas unidades da Petrobras, bem como há denúncias de que a direção da empresa determinou à Gestão de Pessoas, que incentive a desfiliação do Sindicato ou ainda, retire atividades “estratégicas” dos profissionais que forem sindicalizados. Moara, por ser dirigente sindical, está tolhida em sua atuação.

Claramente se dá uma perseguição à direção sindical, à organização dos trabalhadores, à voz ativa contra o desmando. Ainda, é sintomático o ataque a três mulheres que se impõem e estão na defesa da Petrobrás, do Pré-sal e dos direitos do conjunto da Classe Trabalhadora. O avanço das mulheres no Sindipetro-RJ denota a luta que, diariamente, vem se desenvolvendo e que veremos maior, na construção da unidade na ASSEMBLEIA NACIONAL DOS TRABALHADORES NO DIA 20/FEV e nas manifestações do 8 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES (8M).

Tais práticas antissindicais confrontam direitos fundamentais garantidos na constituição como a liberdade de associação, a própria liberdade sindical e outras garantias para essa atuação, e a liberdade de expressão. Tais desmandos atacam até o próprio código de “ética da empresa” que ainda preconiza “reconhecer o direito a livre associação de seus empregados, respeitar e valorizar sua participação em sindicatos e não praticar qualquer tipo de discriminação negativa com relação a seus empregados sindicalizados”, mas, diga-se de passagem, na própria capa continha um corrupto.

A partir da Federação Nacional de Petroleiros (FNP), já havíamos estabelecido e iniciado uma ampla campanha de unidade entre os trabalhadores visando organizar a defesa de direitos e as riquezas do país. Acertamos na ação e contamos com a solidariedade das centrais sindicais, federações, associações, movimentos sociais e populares, conselhos profissionais, partidos políticos, bem como do Ministério Público, Justiça do Trabalho e Federal, e dos poderes legislativos (Municipal, Estadual e Federal), para barrarmos esse ataque a direitos democráticos fundamentais, em todos os campos que possamos atuar juntos.

Portanto, cabe à sociedade reforçar sua resistência e conter qualquer desmando.

Para tanto, convidamos todos à manifestação, no centro do Rio de Janeiro, no dia 18/fev, segunda-feira, a partir das 12h, em frente ao Edifício Ventura, na Avenida República do Chile, nº 330 (Lado oposto à Catedral Metropolitana).

Atenciosamente,

Diretoria Colegiada do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro – Sindipetro-RJ

Rio de Janeiro, 15 de fevereiro de 2019.

 

 

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