Demissão de médica da Transpetro causa suspensão de reunião de Acompanhamento de ACT com a Petrobrás

Atualizado em 14 de março – 14h40

A Federação Nacional dos Petroleiros e seus sindicatos filiados suspendeu unilateralmente a reunião de Acompanhamento de ACT sobre SMS que transcorria na tarde desta quarta-feira (13). O motivo foi o anúncio da demissão por “Justa Causa” da médica Jussara Pires Vieira de Souza da Transpetro no Rio de Janeiro.

A FNP, durante a realização do encontro, exigiu a reversão da demissão aos representantes da Petrobrás presentes na reunião que estava sendo realizada no EDICIN, região central do Rio de Janeiro. O fato é que a direção da companhia não acatou o pedido feito pela FNP, e por isso a direção da federação, em consenso, resolveu suspender o encontro.

A decisão da direção da Petrobrás comprova e reafirma a política de perseguições imposta pela empresa aos seus empregados.

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Entenda o caso

A médica,  que agora foi demitida, havia retornado ao trabalho no dia 1º de março, após cumprimento de licença médica por ter adoecido por assédio moral.  Tudo começou quando, no atributo de suas funções, Jussara emitiu em 28 de dezembro de 2017 uma CAT para outro trabalhador da Transpetro que havia sofrido também uma situação de assédio, o que contrariou os seus superiores, tendo recebido logo depois uma advertência verbal. No dia seguinte a profissional perdeu a coordenação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

Posteriormente, ela  testemunhou na Justiça do Trabalho em favor do mesmo trabalhador,  A partir deste momento não suportou o assédio moral e adoeceu, tendo necessidade então de pedir afastamento médico por doença ocupacional, fato reconhecido pelo INSS que aplicou o código 91 (Auxílio-doença por acidente do trabalho). O absurdo dessa situação é que a empresa não emitiu a CAT do acidente da médica, o que incorre em subnotificação. Mas 13  dias após voltar ao seu posto de trabalho foi sumariamente demitida.

O Sindipetro-RJ acompanha  ambos os casos. Ainda nesta quarta, a Dra. Jussara esteve no Sindicato solicitando orientação para o seu caso, e como não poderia ser de outra forma , o Sindipetro-RJ prestará todo apoio que for necessário para reverter essa situação e denunciar o que está acontecendo no sistema Petrobrás, em especifico na Transpetro.

Assim, fica configurado o assédio e a perseguição contra a médica que cumpriu suas funções com ética, competência técnica e correção, fazendo valer o juramento de Hipócrates que é o da prática da medicina honesta. Fato que o sistema Petrobrás parece não reconhecer, mas finge valorizar.

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